quinta-feira, 19 de junho de 2008

Cotas no Brasil

O sistema de cotas é uma reserva de vagas para estudantes negros e pardos egressos de escola pública nas instituições públicas de ensino superior. Foi adotado no Rio de Janeiro primeiramente, em 2001, onde se instituiu uma cota de até cinqüenta por cento para a população tida como cotista, e agora, universidades federais de Santa Catarina, Piauí, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Pernambuco, Espírito Santo, entre outras, aderiram ao programa de cotas. A partir daí, a polêmica com relação ao mesmo só aumenta. E são radicais. Ou as pessoas acham absurdamente errado, ou defendem ferrenhamente. Mas, como toda regra tem sua exceção, há quem seja contra e acate argumentos de quem é a favor e vice-versa.
A idéia inicial da implantação desse sistema é que até 2014 o sistema de ensino brasileiro já tenha sido reestruturado, no entanto não parece estar sendo colocado em prática. Essa questão divide até atuantes do movimento negro. Alguns receiam as cotas tornarem-se leis, e que a partir daí, as universidades deixem de ter o poder de escolha para implantar ou não tal sistema, e desta forma, o ensino público jamais seja melhorado. Assim, passaria de uma saída emergencial, para um problema maior.
Do jeito que as escolas públicas andam na estrada da qualidade de ensino, o máximo que o governo consegue implantando vagas para cotistas nas instituições é saturar as mesmas de gente mal preparada. Supostamente com a intenção de igualar as oportunidades do negro às do branco quando se trata de ingressar nas escolas públicas de ensino superior, o que eles conseguem é uma solução simplista, a qual quebra o principio básico de igualdade entre cidadãos de etnias diferentes.
Sendo contra ou a favor, um caso a se pensar é a estrutura educacional das escolas públicas brasileiras. O governo encontrou nas cotas, uma forma de remediar o problema no ensino básico do país, e é claro, visando o equilíbrio social, partindo do princípio que a maioria esmagadora dos estudantes das universidades são brancos. O ideal seria a promoção de uma reforma na qualidade da educação pública. Entretanto, é um processo que exige um capital massivo à disposição do estado, além de acontecer em longo prazo. E sendo assim, a geração que vive o problema agora, tem pressa, de terminar os estudos e ingressar no mercado, já que os negros comprovadamente têm oportunidades inferiores às dos brancos (foram realizadas pesquisas na universidade de Brasília, comprovando o déficit de renda dos estudantes negros em relação aos demais). No final das contas, a união da medida provisória – sistema de cotas – com a medida à longo prazo – repaginar a estrutura do ensino público – passa a ser solução.