sábado, 26 de abril de 2008

Litros de Lágrimas.

Descobri que pra me definir, “drama” seria uma boa palavra. Sou do tipo que quero tudo do meu jeito e não abro. Péssimo. Do tipo mimada. Mais péssimo ainda.
Mas, como todo dramático, sempre ando sentindo falta.
Sinto falta de não ter o que argumentar com meu pai, ou de ser mulher o suficiente para pedir uma conversa de desabafo a ele, que sei que vai ser o ombro mais confortável do mundo. Ele sabe sempre o que me dizer. Eu que nunca sei me aproximar. Não queria ter uma família superficial. Mas no fundo eu sei que quem planta isso sou eu.
Sinto falta de um amigo que não seja egoísta, e que não seja voltado pro seu umbigo. Não desejaria a muita gente uma amiga como eu. Espero demais das outras pessoas. Mato e morro. Mas o grande erro disso é que eu espero que matem e morram por mim também. Mas tudo bem. Acho que estou satisfeita com apenas um amigo desses.
Sinto falta daquele que eu quero ligar a qualquer hora sem saber se posso, que tenho medo de dar um beijo de despedida. O mesmo que me faz um bem imenso, com quem eu queria estar falando agora (no meu agora, e no agora de quem lê), nem que fosse pra voltar aos meus dez anos de idade, e de cada vinte palavras, cinco delas serem ‘meudeusqueabsurdo’ (tudo junto).
Eu tenho mais é que procurar uns problemas mais sérios nesse mundo pra ficar triste, eu sei. Mas o meu emocional fica abalado quando eu ‘sinto falta’.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

200 metros com barreiras.

Após uma semana cheia de tentativas frustradas, e um feriado pessimamente recebido, a ansiedade aumenta cada vez mais ao esperar pelo ‘encontro das duas da tarde’. Ela abre o celular, eram exatamente 13h54min. Tudo bem. Ele não deve nem ter saído de casa ainda. Deitou, assistiu a globo. Super interessada no que o apresentador gordinho estava a falar incansavelmente. Depois de quase uma hora, abre o celular novamente e eram 13h57min. Ai, que nervoso. Após cinco horas de espera, às 14h15min chegou dentro das quatro paredes que mais interessavam de uns tempos pra cá. Quando citei a atração forte, é porque é forte mesmo. Do tipo trancando a porta e deixando em seus corpos apenas as roupas íntimas (ao mesmo tempo). Da porta do quarto para o sofázinho, e do sofázinho para a cama. Sem escalas. E pode colocar bastante intensidade nisso.
Passados alguns poucos minutos, seu sutiã estava conhecendo o chão gelado do quarto, e sua calcinha então... Nem se fala. Se escondeu, a danada. Fazendo tudo do jeito que ela gosta, mãos e bocas interagindo perfeitamente, ele recebeu arranhões, apertos e sussurros no pé do ouvido como forma de pedir mais. Lê-se: estava muito gostoso. Numa altura dessas do campeonato, o pudor já teria fugido completamente daquele quarto. Escuro e quente, ele era bastante tentador. Agora, os sussurros estão mais para gritinhos, e a cama, poderia ser de solteiro. Ainda sobraria espaço.
Ele em cima dela, ela em cima dele, e a provocação cada vez mais intensa. Ela encontrava-se no estágio mais delicioso de todo aquele delírio. Já não se importava mais com a altura de seus ‘sussurros’. E... “vai, vai, vai...”, um “mais forte!” de vez em quando, e o “vai, Vai, VAI” voltava a reinar. Ela já estava fora de sí, só esperando pelo momento de dizer o ultimo e mais gostoso “Vai”, e parar para respirar fundo.
E o ultimo dos “sussurros” muito altos, foi abafado pelo pescoço dele (ainda bem. Ele não estava sozinho em casa). Parados, estáticos, mortos-vivos, e suados, eles tentavam recuperar o fôlego de quem correu uma maratona. Um dentro do outro, só o que se ouvia e sentia eram os dois corações competindo para ver quem batia mais rápido.
E ela, ainda sem fôlego, pergunta: “morreu?” Ela queria correr duas maratonas em apenas um dia.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Abstinência de 'não lixos'

Ninguém precisa questionar-me o fato de ter escolhido jornalismo como opção de curso superior e futuramente como profissão. Eu mesma já o fiz, e já encontrei a resposta que, no momento, contrasta, ou melhor, vai de encontro com a minha situação nos últimos dias.
Ao questionar-me com relação à escolha deste curso, respondi-me o que a maioria dos estudantes de comunicação usa como argumento para justificar tal escolha: Considero-me uma pessoa comunicativa (obvio), e gosto de escrever. Pronto. Cheguei onde queria. Gosto de escrever? E como! Não sou escritora, muito menos poeta. Mas gosto muito de escrever. Inclusive qualquer coisa.
Sei que já escrevi muita ‘qualquer coisa’ de qualidade, que a minha modéstia não me permitiu admitir. Mas sei também que já escrevi muito lixo. No entanto, nunca se sabe, né? Vejo tanta gente lendo lixos, e achando lindo. Livro de cabeceira: A história de Bruna surfistinha. Bom, depois dessa, eu me sinto no direito de achar que meus lixos nem são tão lixos assim (estou me baseando na mediocridade alheia mesmo).
Mas ultimamente venho percebendo que a situação está fugindo do meu controle, e os lixos estão cada vez mais ‘fétidos’. Passei dez dias sem postar no blog, fiz seis textos: quatro deles sem um final, e os outros dois, concluídos. Porém péssimos. Como me auto-critíco além da conta, criei a esperança de que eles não estivessem tão fétidos assim. Resolvi postar o ‘menos pior’ aqui no blog. Postei.
Tenho um amigo (gordinho ♥). E ai, gordinho, que elogiou o meu ultimo texto (fiquei surpresa, confesso), pede que eu apague, releia e reescreva o texto que tinha acabado de postar. E assim o fiz, ou pelo menos tentei. Porque a ultima e mais prazerosa etapa, a de reescrever, foi frustrante ao ponto de não ter sido concluída.
E ai eu passo a sentir-me cada vez mais ‘lixo’ com relação aos meus textos.
Preciso de uma reciclagem.

sábado, 5 de abril de 2008

Estive pensando...


Essa noite sonhei que, juntamente com meus pais e irmão, lutava contra um monstro, e lembro-me vagamente de que após lutarmos muito, morríamos.
Engraçado, pois já não tenho idade para ter pesadelos com monstros enormes e assustadores, como eu tinha quando era criança e passava minhas tardes assistindo desenho animado.
Fiquei tentando entender o porquê de um sonho ‘infantil’. E comecei a relacionar com os ‘monstros’ que tenho que enfrentar no meu cotidiano. Deparei-me com monstros do pedantismo, do egoísmo, da prepotência, e para mim o mais assustador de todos: o da hipocrisia. Com algumas exceções aqui, outras acolá, todos nós somos um pouco hipócritas, pedantes, egoístas, e assim por diante. E ainda existe a categoria dos que não fazem questão alguma de trabalhar para se tornar uma exceção.
Se fosse ao contrário, e aqueles que fazem à diferença fossem os monstros e o restante, fosse as exceções colocadas acima, de fato, não ‘morreríamos’ como aconteceu no sonho.
E os culpados nunca somos nós. Como sempre. Como a culpa de Fulanos e Beltranos estarem a roubar, mesmo que Fulanos estejam roubando nas janelas dos carros e Beltranos (sem precisar fazer muito esforço) de suas confortáveis cadeiras em seus escritórios, não seja nada nossa.
Muitos Fulanos, com certeza, lutam com o monstro chamado fome. E Beltranos? Lutam com quem? Não, são apenas monstros. E são dos maiores, mais fortes e amedrontadores. São constituídos de hipocrisia e prepotência em doses muito fortes.
Se eu acabasse esse texto dizendo que gostaria que Fulanos, Monstros, pedantismo e egoísmo, fosse um sonho, estaria cometendo três graves erros: Clichê da pior espécie, e estaria sendo ingênua e sensacionalista. Portanto, prefiro continuar apenas pensando...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sinceramente, o que falta em mim é coragem.
Coragem pra ser do jeito que eu acho legal (não acho que sou do jeito que algum sistema impõe. Eu sou o que eu gosto de ser. Mas eu deixo de ser de muitos ‘jeitos’ por falta de coragem), coragem pra ‘beber cicuta’, coragem de abstrair elogios que recebo, ainda que agradem aos meus ouvidos (sei que os poucos verdadeiros vêm de quem tem coragem), coragem de ser ousada e, principalmente, coragem pra deixar que sejam submissos por mim.
Queria saber onde vou encontrar essa coragem, mesmo que seja passageira, eu a quero. Quero saber qual é a sensação de ter comigo isso que mais me faz falta. Tenho certeza que com ela eu conheceria como é ser tudo o que eu tenho vontade de ser por não ter comigo. E até mesmo o que eu abomino, ou finjo que abomino, por não conhecer e não ter coragem de conhecer.Deixei de viver histórias clássicas de adolescentes, porque não me deixaram descobrir essa tal de coragem. Ainda tenho muito tempo, só depende de mim, eu sei. Espero descobri-la a tempo, nem que seja para viver histórias clássicas de velhinhos.